Alimentos que o farão mais feliz

Hamburguer com batata frita

A alimentação é o sustento básico da vida e não há quem não se anime perante um delicioso chocolate ou sinta alguma nostalgia na presença de aromas cuja memória nos transporta até à infância.

Na maioria das sociedades, a alimentação é o pretexto ideal para comemorar um casamento, um aniversário, uma promoção… Repare que as primeiras duas sílabas de comemorar (do latim, “trazer à memória”, “relembrar”) são COME e, na realidade, tudo se comemora à volta de uma mesa.

Assim, independentemente da existência, em certos alimentos, de compostos bioativos capazes de interferir ou não no humor, com o ato de comer estão sempre relacionados os princípios da satisfação e do prazer – comemos o que gostamos e rejeitamos o que não nos é agradável à vista ou ao paladar. Muitos produtos fabricados industrialmente enganam o cérebro e geram um efeito chamado Bliss Point. Deve procurar alimentos que o façam feliz, mas que ao mesmo tempo sejam saudáveis. Vamos lá

Consumir alimentos que gostamos faz-nos sentir bem porque provoca a libertação de β-endorfinas, que produzem uma sensação de relaxamento, bem estar, melhoria do humor e redução do stress.

São diversos os nutrientes que têm sido estudados no sentido de estabelecer uma relação positiva entre o seu consumo e o humor, nomeadamente no que respeita ao papel que, potencialmente, a nutrição e a alimentação podem desempenhar como coadjuvantes do tratamento da depressão e outras doenças mentais.

Contudo, nem sempre é fácil chegar a conclusões consensuais porque cada indivíduo tem especificidades ambientais, genéticas, metabólicas e bioquímicas únicas e os efeitos que certos nutrientes provocam numa determinada pessoa, nem sempre se refletem noutra.

“A alimentação pode afetar positiva ou negativamente a saúde mental”: foi esta a conclusão da investigação Food and Mood Project, que decorreu em Inglaterrra, sendo uma das maiores até à data nesta área específica.

Perante uma determinada dieta, 26% dos participantes demonstraram melhorias significativas ao nível da instabilidade emocional, 24% melhoraram ao nível dos sintomas da depressão e 26% registaram uma redução da intensidade e frequência dos ataques de pânico e das crises de ansiedade.

Os investigadores salientam, também, algo muito importante: os jejuns prolongados (superiores a 4 ou 5 horas) reduzem os níveis de glucose no sangue, provocando irritabilidade e afetando o humor de forma muito negativa.

São já vários os nutrientes ou biocompostos identificados que, potencialmente, exercem influência ao nível da atividade de diversos neurotransmissores, contribuindo, assim, para a melhoria ou pioria de determinados sintomas associados ao humor ou à disposição.

Neste sentido, vale a pena introduzir alguns deles na alimentação diária, até porque, para além de contribuírem para aumentar o nosso bem estar, são muito saudáveis e cheios de outros benefícios para a saúde geral do organismo.

 

Índice de conteúdos
  1. Alimentos precursores de serotonina
  2. Alimentos para aumentar as suas doses de felicidade?
    1. Vegetais folhosos
    2. Alimentos ricos em hidratos de carbono complexos
    3. Frutos secos e sementes (oleaginosas)
    4. Cacau ou chocolate preto
    5. Alimentos ricos em ácidos gordos essenciais
    6. Alimentos ricos em vitaminas do complexo B
    7. Alimentos fermentados
    8. Alimentos ricos em vitamina D

Alimentos precursores de serotonina

Os alimentos precursores de serotonina são essenciais para a manutenção do bem-estar emocional e mental. A serotonina, conhecida como o "neurotransmissor da felicidade", é produzida a partir do aminoácido triptofano, que deve ser obtido através da dieta. Alimentos ricos em triptofano incluem o peru, o frango, os ovos e os produtos lácteos. Consumir esses alimentos regularmente pode ajudar a melhorar o humor e reduzir sintomas de depressão e ansiedade.

Além dos alimentos ricos em triptofano, é importante considerar a ingestão de carboidratos complexos, que ajudam na absorção do triptofano pelo cérebro. Exemplos de carboidratos complexos são os cereais integrais, as lentilhas e os feijões. Esses alimentos não só proporcionam energia sustentada, como também promovem a produção de serotonina, contribuindo para uma sensação geral de bem-estar e estabilidade emocional.

Os ácidos gordos essenciais, como os encontrados em peixes gordos (salmão, atum, sardinha) e em nozes, também desempenham um papel crucial na produção de serotonina. Esses nutrientes são fundamentais para a saúde cerebral e ajudam na regulação dos neurotransmissores, incluindo a serotonina. Incorporar esses alimentos na dieta pode melhorar significativamente o humor e a função cognitiva.

Vegetais folhosos, como espinafres e couve, são outra excelente fonte de nutrientes precursores de serotonina. Esses vegetais são ricos em magnésio e vitamina C, que ajudam na síntese de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina. Incluir uma variedade de vegetais folhosos na alimentação diária pode contribuir para a melhoria da saúde mental e a redução do stress.

Por último, os frutos secos e sementes desempenham um papel vital na promoção da produção de serotonina. Alimentos como amêndoas, nozes e sementes de abóbora são ricos em triptofano, magnésio e zinco. Esses nutrientes são essenciais para a síntese de serotonina e ajudam na estabilização do humor. Consumir uma porção diária de frutos secos e sementes pode ser uma maneira eficaz de manter os níveis de serotonina elevados e promover a felicidade.

 

Alimentos para aumentar as suas doses de felicidade?

Vegetais folhosos

Como espinafres, agriões, couve portuguesa e outros semelhantes. São ricos em vitamina C e magnésio, contribuem para a formação de aminoácidos precursores de serotonina e dopamina (neurotransmissores associados à sensação de prazer e bem estar), sendo também ricos em ferro, um mineral importante para a redução dos níveis de fadiga.

Lentilhas

Alimentos ricos em hidratos de carbono complexos

Como cereais integrais, ervilhas, lentilhas, feijões, grão, e outros, que participam na estabilização dos níveis de açúcar no sangue, regulação do ciclo circadiano (sono/apetite) e, por serem ricos em triptofano, promovem a formação da serotonina.

Frutos secos e sementes (oleaginosas)

Ricos em zinco, que é um mineral importante para a estabilização do humor, e em ómega-3, um ácido gordo essencial para a manutenção e melhoria da saúde cerebral e da redução do stress mental.
Chocolate preto

Cacau ou chocolate preto

Fontes de magnésio, imprescindível para a saúde cerebral, e também ricos em ferro, crómio, zinco, cobre, diversos antioxidantes, vitamina C, ómega-6 e biocompostos estimulantes da produção da serotonina. O cacau é rico em anandamida, uma endorfina que também é libertada após o exercício físico e que transmite uma sensação de prazer e bem-estar (a palavra anandamida deriva do termo sânscrito ananda que significa êxtase ou felicidade suprema).

Alimentos ricos em ácidos gordos essenciais

Como o salmão selvagem, o atum, o arenque, a sardinha, as nozes, o abacate, entre outros, que são fundamentais para a otimização da saúde cerebral, a regulação da função dos neurotransmissores e a estabilização do humor.

Brocoloi com cenouras

Alimentos ricos em vitaminas do complexo B

Como os frutos secos, os cereais integrais, a spirulina, os brócolos, os ovos, as carnes, os peixes e outros. Níveis baixos de vitaminas do complexo B estão associadas ao aumento do humor depressivo, baixa auto-estima e tristeza prolongada sem motivo que o justifique.

Alimentos fermentados

Como pickles, iogurtes, kefir, umebochi, miso, kombucha, etc., promotores de uma boa saúde intestinal e digestiva. A interligação cérebro-intestino e o seu envolvimento com as funções adequadas do sistema gastrointestinal são amplamente reconhecidos, bem como o papel que esta desempenha ao nível de algumas perturbações neuropsiquiátricas e psico-emocionais. A manutenção de uma flora intestinal diversificada e saudável é garantia do bom funcionamento de diversos sistemas, nomeadamente do imunitário e do nervoso.

Alimentos ricos em vitamina D

Fundamental para a produção de serotonina, como os óleos de peixe, a gema de ovo, a manteiga, a sardinha e outros. Para que a produção de vitamina D ocorra é necessária a exposição solar durante cerca de 20 a 30 minutos por dia (sem protetor solar).

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